domingo, 28 de outubro de 2012

A Ressurreição de Jesus Cristo: De Quantas Evidências Precisamos?

Milhares de pessoas estudaram, por séculos, várias evidências históricas e lógicas para a ressurreição física de Jesus Cristo dentre os mortos. Este tremendo fato histórico foi, assim, separado dos muitos mitos antigos, ao ser considerado que:

1. Jesus foi visto por mais de quinhentas testemunhas de uma só vez, e não por apenas um ou dois discípulos. A maioria destas testemunhas oculares ainda estavam vivas para dar testemunho de um Cristo vivo quando Paulo escreveu sobre elas em 1 Coríntios 15:6.

2. Um Jesus ressuscitado apareceu em várias ocasiões a várias pessoas diferentes. Não se tratavam de reações emocionais a formas fantásticas, mas de aparições físicas em que Ele podia ser tocado, como em João 20:27.

3. Muitos inimigos de Cristo, como o apóstolo Paulo, tiveram suas vidas totalmente mudadas por um encontro pessoal com Ele (Filipenses 3:4-10). Como poderia uma pessoa morta convencer alguém que perseguia seus seguidores a segui-Lo e a anunciar que Ele não estava morto, mas vivo?

4. Os manuscritos apresentando as evidências acima são muito mais abundantes e precisos do que qualquer outro documento histórico da antiguidade. Não podemos descartar a Bíblia sem descartar todos os outros escritos antigos. Para outras evidências, apresentadas em profundidade maior, visite: www.TheResurrectionOfJesusChrist.org e http://goodnews-oevangelho.blogspot.com.br/p/blog-page_15.html


De Quantas Evidências Precisamos?

Quando, recentemente, comprei um carro novo, um mecânico foi chamado para examiná-lo. Ele olhou debaixo do capô, pisou no freio, e fez outros testes, dando-lhe um exame completo. Mas quando decidi comprá-lo, ainda não sabia se o motor trabalharia de forma consistente ou se a bateria estava boa. Minha decisão foi suportada pela melhor evidência que eu pude coletar, mas, definitivamente, foi uma decisão por fé.

Uma professora de filosofia de uma universidade também fez uma decisão por fé. Um aluno fez a ela diversas perguntas sobre que evidências ela aceitaria para a existência de Deus. Não encontrando nenhuma que ela quisesse aceitar, ele propôs uma prova que seria irrefutável: "E se as nuvens se juntassem formando a seguinte frase: 'Eu sou Deus e quero falar com você'." A resposta dela foi: "Eu preferiria procurar por qualquer outra explicação antes de invocar a Deus". O problema dela, claramente, não eram as evidências, mas sim um coração que não tinha lugar para Deus.


Há lugar no seu coração para o Deus da ressurreição?

"Por isso, também Deus o exaltou soberanamente ... para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho ... e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor" (Filipenses 2:9-11). Você O reconhece pelo que Ele é, uma pessoa viva no Céu, neste exato momento? Sim, ele foi nascido em uma manjedoura, e "estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios" (Romanos 5:6). Mas Ele não está mais morto numa cruz; Ele está vivo e esperando ouvir nossos corações clamando: "Que é necessário que eu faça para me salvar [de meus pecados e da desobediência diante dEle]? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo" (Atos 16:30-31).


Vinho Novo

(Comentário Mateus 9:14-17)

Veja: 


Quando alguns indagam por que os discípulos de João Batista jejuavam e seus discípulos não, Jesus estabelece uma distinção clara entre o passado e o presente. Não fazia sentido os convidados do noivo jejuarem agora que o noivo estava ali.

A mensagem para qualquer bom entendedor judeu era clara. No Antigo Testamento Deus é chamado de noivo. Aqui Jesus anuncia também sua morte: viria um dia quando o noivo seria tirado. Isso mostra que sua morte não foi um acidente da história, mas algo que fazia parte de um plano maior.

As pessoas precisavam entender que até João Batista havia vigorado uma forma de Deus tratar com o homem. Até então o homem tinha sido provado sob a lei dada a Moisés, e tinha ficado claro que ninguém seria capaz de ser salvo obedecendo os mandamentos. Ali estava o único capaz de obedecer, Jesus, o Filho de Deus, que estava prestes a trocar de lugar conosco. Ele se colocaria no lugar que nós merecíamos estar - sob o juízo de Deus e na morte - e nos colocaria no lugar que ele tinha por natureza e que não merecíamos ter: o céu.

Mas não seria possível receber isso misturando a velha forma de Deus tratar com o homem - a Lei do Antigo Testamento - com a nova - a graça ou favor imerecido. Não seria possível tentar ser salvo por boas obras quando Deus queria salvar por graça, independente da conduta ou boas obras.

Tentar misturar as coisas seria como costurar remendo de pano novo em vestido velho. O rasgo ficaria ainda maior. Ou guardar vinho novo, ainda fermentando, em sacos de couro velho, que já não tinham elasticidade.

Não é justamente isso que as religiões cristãs tentam fazer emprestando coisas do Antigo Testamento? Não emprestam apenas a ideia da salvação pela obediência aos mandamentos, mas também elementos exteriores do culto a Deus. 

Você não encontra na doutrina (ensinamento) dada à igreja pelos apóstolos em suas cartas coisas como templos, clero e sacerdotes fazendo o meio de campo entre Deus e os homens, usando colarinhos e vestes distintas para se diferenciarem daqueles que chamam de "leigos". 

Você também não encontra altares, incenso, rituais... a lista é interminável. Leia as cartas dos apóstolos e você verá que existe uma diferença enorme entre o que os primeiros cristãos faziam e esse cristianismo fantasiado de judaísmo que você encontra por aí.

A diferença entre a salvação por boas obras e a graça - entre judaísmo e cristianismo - é tão grande quanto a diferença entre a morte e a vida.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Pergunta Mais Importante

Há muito tempo um homem chamado Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? [1]  Já ocorreu a você que todos devem responder a esta pergunta? É a pergunta mais importante que temos diante de nós e Deus exige uma resposta. Todo o nosso futuro depende dela. Não posso respondê-la por você e nem você por mim. Devemos fazê-lo desta maneira por Deus considerar, a cada um de nós, individualmente responsáveis em aceitar a Jesus, o Salvador. Você e eu necessitamos de um Salvador, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. [2] Apesar de nossa terrível condição, Deus providenciou, em Seu Filho, um Salvador para aqueles que demonstrou serem culpados. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. [3]


O Senhor Jesus Cristo, por meio de Seu sofrimento e morte, atendeu a todas as santas e justas demandas que Deus tinha contra o pecado. Ele (Jesus) foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades .. Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. [4] A obra de redenção efetuada por Deus foi consumada na cruz. A grande questão do pecado foi resolvida. A questão agora é: o que você vai fazer com este Homem, Cristo Jesus? Não há como esquivar-se desta pergunta. Ignorá-la ou negligenciá-la é rejeitar Àquele que morreu para ser nosso Salvador. Sua única esperança está em reconhecer que é um pecador culpado. Enquanto Pilatos, no tribunal, encontrava-se face a face com Jesus, sua esposa enviou-lhe a seguinte mensagem: Não entres na questão desse justo. [5] Mais tarde Pilatos tentou escapar da culpa lavando suas mãos diante da multidão e dizendo: Estou inocente do sangue deste Justo. [6] Tanto ele como sua esposa esquivaram-se de uma decisão. Estaria você evitando-a também? Isto não lhes foi útil e da mesma forma não lhe será.

Você pode encontrar com Cristo agora mesmo como seu Salvador, ou irá deparar com Ele após a morte, como seu Juiz. Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo. [7] Deus tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou: Jesus Cristo. [8]  O que você fará com Jesus? Será que O recebeu como seu Salvador pessoal? Não esqueça! A pergunta mais importante permanece: Você já aceitou a Jesus Cristo - o remédio de Deus para pecadores culpados e perdidos?


"Mas, a todos quantos O receberam (Jesus Cristo), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome." [9]
Os textos bíblicos são: 1) Mateus 27.22; 2) Romanos 3.23; 3) João 3.16; 4) Isaías 53. 5,6; 5) Mateus 27.19; 6) Mateus 27.24; 7) Hebreus 9.27; 8) Atos 17.31; 9) João 1.12

Publicanos e Pecadores

(Comentário Mateus 9:1-13)

Veja:


A multidão fica maravilhada quando vê o paralítico andar, mas isso não aconteceu quando Jesus fez o mais importante: salvar aquele homem perdoando seus pecados. É assim mesmo. Ficamos impressionados com aquilo que é visível, mas a pessoa que realmente crê em Jesus se ocupa com o mundo invisível, aquele que não depende dos olhos, mas da fé. Pregadores que prometem saúde, prosperidade e sorte no amor são extremamente populares. O que pouca gente percebe é que saúde, prosperidade e relacionamentos afetivos têm data de vencimento, enquanto o perdão dos pecados não. Este é eterno.

O milagre visível da cura maravilhou a multidão, mas o milagre invisível do perdão dos pecados, da salvação daquele homem, só gerou indignação entre os religiosos. Afinal, só Deus podia perdoar pecados.

Mateus, o autor do evangelho, é um pecador. Ele sabe disso, tem convicção. Afinal, ser um publicano ou coletor de impostos naqueles dias significava ter uma das profissões mais odiadas. Publicanos eram conhecidos por cobrarem impostos injustos, se aproveitarem do cargo para o enriquecimento ilícito e eram também considerados traidores: trabalhavam para o inimigo, o invasor romano.

Jesus vê Mateus na coletoria, o chama, e Mateus deixa tudo para seguir a Jesus. Muitos escutam esse chamado, esse convite, mas poucos estão dispostos a embarcar nessa aventura de um relacionamento pessoal com o Filho de Deus, aquele que veio chamar pecadores e tem autoridade e poder para perdoar pecados.

Mateus prepara um banquete para Jesus em sua casa e convida seus amigos, obviamente publicanos como ele e outros de reputação questionável. "Como pode o mestre de vocês comer com publicanos e pecadores?", perguntam os religiosos judeus aos discípulos. Aquilo era inconcebível para os religiosos que não se misturavam com gente daquela laia.

"Os sãos não precisam de médico", é o que eles escutam Jesus dizer. "Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento", ele continua. A mensagem é clara. Você está cansado de ouvir os médicos dizerem que o câncer tem cura quando diagnosticado a tempo. Para quem não se acha doente, não tem cura. O mesmo acontece com o pecado.

E Jesus tem mais a dizer àqueles religiosos que se consideravam melhores do que os outros por viverem segundo os preceitos de sua religião: "Eu quero misericórdia, não sacrifícios", diz ele. E Deus só pode exercer sua misericórdia, que é infinita, quando encontra um pecador convicto, como Mateus, alguém que sabe que não tem um átomo sequer de bondade para oferecer a Deus, para trocar pelo perdão de seus pecados. Alguém que sabe que sacrifício algum que faça poderá salvá-lo porque o único sacrifício eficaz Deus já providenciou: a morte de seu Filho na cruz para pagar pelos nossos pecados.

Aqueles religiosos fariseus jamais iriam entender a misericórdia e a graça de Deus enquanto continuassem achando que a salvação era por mérito, pela guarda da lei, de preceitos e de mandamentos. Tentar misturar as coisas seria como fazer remendo de pano novo em vestido velho.

Mario Persona. Fonte: http://www.3minutos.net

sábado, 20 de outubro de 2012

A Pérola Inigualável

Um respingo pesado foi seguido por bastante ondulação, e depois a água debaixo do molhe* ficou em repouso. O missionário estrangeiro agachou-se e permaneceu com os olhos fitos no lugar onde uma corrente de bolhas de ar subia até à superfície, vinda de uma grande profundidade debaixo d'água. De repente surgiu uma cabeça e um par de olhos brilhantes que olhavam para cima; e logo o velho indiano, pescador de pérolas, subia para o cais sorrindo e sacudindo a água do seu corpo, que brilhava, besuntado de óleo.



- Nunca vi mergulho mais bonito, Rambhau! - gritou David Morse, o missionário.

- Veja esta, sahib! - exclamou Rambhau, tirando uma grande ostra de entre os dentes. - Deve ser boa!

Morse pegou a ostra e, enquanto tentava abri-la com um canivete, Rambhau tirava outras ostras menores do pano que lhe cingia os lombos.

- Rambhau! Olhe! - Exclamou Mourse, - Que tesouro!

- Sim, é boa. - e o mergulhador encolheu os ombros.

- Boa?! Acaso você já viu pérola melhor? É perfeita, não é? - Morse examinava a pérola virando e tornando a virá-la, entregando-a depois ao indiano.

- Ah, sim, há pérolas melhores, muito melhores. Ora, tenho uma... - e interrompeu de forma brusca. - Veja aqui estas imperfeições, pintas negras aqui, esta pequena cavidade. Até no feitio é quase oblonga; mas em comparação com as outras pérolas até que é boa. É como aquilo que você diz do seu Deus. As pessoas aos seus próprios olhos parecem muito boas, mas Deus as vê como de fato são.

Os dois puseram-se a caminho, pela estrada poeirenta que conduzia à vila.

- Tens razão, Rambhau. E Deus oferece a justiça perfeita a todos quantos tão somente creem e aceitam a Sua oferta gratuita de salvação por meio do Seu Filho amado.

- Porém, sahib, já lhe disse muitas vezes que, para mim, isso é fácil demais. Não posso aceitar tal coisa. Talvez eu seja muito orgulhoso, mas quero trabalhar para merecer meu lugar no Céu.

- Oh, Rambhau! Você não vê que nunca poderá chegar ao Céu por esse caminho? Existe um só caminho para o Céu. Veja, Rambhau, você já não é jovem. Pode ser esta a última temporada de pesca de pérolas para você. Se quiser ver, algum dia, as portas do Céu, deve aceitar a vida nova que Deus oferece em Seu Filho.

- Minha última temporada! Você disse bem; hoje foi meu último dia de mergulhar. Este é o último mês do ano, e tenho que fazer preparativos.

- Você deve se preparar para a vida futura.

- É justamente o que pretendo fazer. Você vê aquele homem ali? É um peregrino, indo provavelmente a Bombaim ou Calcutá. Anda descalço e escolhe sempre as pedras mais pontiagudas para pisar e, veja: com frequência, após dar alguns poucos passos, ele ajoelha-se e beija o chão. Isso é bom. No primeiro dia do ano novo começarei minha peregrinação. Tenho planejado assim durante toda a minha vida. Desta vez quero ter a certeza de conseguir o Céu. Vou até Delhi de joelhos.

- Homem! Você está louco! São uns 1500 quilômetros daqui a Delhi! Você rasgará seus joelhos e morrerá de infecção antes que chegue a Bombaim.

- Não; tenho que chegar a Delhi. Então os imortais me darão a recompensa. O sofrimento será doce pois me comprará o Céu.

- Rambhau! Meu querido amigo! Não é possível! Como poderei deixar que faça tal coisa quando Jesus Cristo morreu para comprar o Céu para você!

Porém o velho Rambhau não se deixava convencer.

- Sahib Morse; você é meu melhor amigo neste mundo. Por todos estes anos esteve sempre ao meu lado. Na doença e na necessidade você foi, muitas vezes, meu único amigo. Mas, mesmo assim, não poderá me fazer desistir de meu grande desejo de comprar a felicidade eterna. Devo ir a Delhi.

Era inútil. O velho pescador de pérolas não podia compreender - não podia aceitar a salvação gratuita por meio de Cristo. Certa tarde Morse ouviu bater, e foi abrir a porta a Rambhau.

- Meu bom amigo! - exclamou, - Entre, Rambhau.

- Não - respondeu o mergulhador, - Peço que venha comigo à minha casa por alguns momentos, sahib. Tenho algo que desejo lhe mostrar. Não se recuse a vir.

- É claro que vou! - respondeu o missionário. Seu coração pulava de satisfação. Talvez Deus estivesse agindo em resposta às suas orações.

- Devo partir para Delhi daqui a oito dias - disse Rambhau dez minutos depois, quando já se aproximavam de sua casa. O coração do missionário desfaleceu. Ao chegarem, Morse sentou-se na cadeira que seu amigo mandara fazer especialmente para ele; a mesma cadeira na qual sentara-se muitas vezes para explicar ao mergulhador o Divino Caminho para o Céu. Rambhau saiu da sala e voltou logo em seguida trazendo um pequeno, porém pesado, cofre inglês.

- Tenho este cofre há muitos anos, mas há só uma coisa que guardo aqui. Vou contar-lhe tudo. Sahib Morse, já tive um filho.

- Um filho?! Oh, Rambhau, você nunca me falou dele!

- Não, sahib; eu não podia - e enquanto falava seus olhos enchiam-se de lágrimas. - Mas agora tenho que lhe falar, pois em breve estarei partindo e quem sabe se tornarei a voltar?... Meu filho também era mergulhador; o melhor que havia em todas as praias da Índia. Tinha o mergulho mais rápido, a vista mais penetrante, o braço mais forte, o fôlego mais prolongado que qualquer outro pescador de pérolas. Que alegria ele me dava! Meu filho sonhava sempre encontrar uma pérola superior a todas as que já haviam sido pescadas. Um dia ele a encontrou. Porém, quando a encontrou, já tinha ficado demasiado tempo debaixo d'água, e veio a morrer pouco tempo depois.

O velho pescador de pérolas baixou a cabeça e, por um momento, todo o seu corpo estremeceu.

- Todos estes anos guardei a pérola - continuou, - mas agora vou-me embora para não mais voltar... e quero oferecer minha pérola ao meu melhor amigo.

O velho pescador fez funcionar a combinação do cofre e tirou dele um objeto cuidadosamente embrulhado em algodão. Abrindo com cautela o embrulho, tirou uma pérola gigante e colocou-a na mão do missionário. Era uma das maiores pérolas já descobertas nos mares da Índia, e resplandecia com um brilho nunca visto em pérolas cultivadas. Poderia ser vendida por uma fortuna fabulosa em qualquer lugar.

Por um momento o missionário ficou mudo, a contemplar, com certa reverência, aquela joia. Depois disse:

- Rambhau, esta pérola é maravilhosa; é surpreendente. Deixe-me comprá-la; dou a você dez mil rúpias por ela.

- Sahib - disse Rambhau, endireitando o corpo, - Esta pérola não tem preço. Ninguém, em todo o mundo, tem dinheiro suficiente para pagar o valor que ela representa para mim. Não quero vendê-la. Você só poderá possuí-la na condição de ser uma dádiva.

- Não, Rambhau, não posso aceitar essa condição. Embora eu esteja ansioso por possuir a pérola, não posso aceitá-la desta maneira. Talvez seja orgulho de minha parte, mas isso é fácil demais para mim. Tenho que pagar, ou trabalhar para merecê-la.

O velho pescador estava abismado.

- Sahib, não está compreendendo. Não vê? Meu único filho deu a sua vida para conseguir esta pérola, e não a venderei por dinheiro nenhum. O seu valor está no sangue da vida do meu filho. Não posso vendê-la, mas quero oferecê-la a você como um presente. Aceite-a, pois, como prova do grande amor que tenho por você.

O missionário não podia falar, tal era a emoção que o sufocava. Pegou na mão do velho pescador e depois, com voz baixa, disse:

- Rambhau, será que você não vê? É exatamente o que você tem estado a dizer a Deus. - O mergulhador olhou fixamente por muito tempo para o missionário e então começou, pouco a pouco, a compreender. - Deus está oferecendo a vida eterna como uma dádiva gratuita. É tão grande, e custou tanto, que não tem preço; ninguém na terra a poderia comprar. Ninguém a poderia conquistar. Ninguém a poderia merecer. Custou a Deus o sangue do Seu Único Filho, para assim abrir para você a entrada no Céu. Em mil peregrinações você não poderia conseguir aquela entrada. Tudo o que pode fazer é aceitá-la, como prova do amor que Deus tem por um pecador. Rambhau, tenho imenso prazer em aceitar a pérola com a mais profunda humildade, pedindo a Deus que eu possa ser digno do amor que você demonstra para comigo. Rambhau, você não quer aceitar também, com humildade, a grande dádiva da vida eterna que Deus oferece a você; dádiva esta que custou a Deus a morte do Seu Filho a fim de podê-la oferecer de graça? "O dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" [1].

Grandes lágrimas rolaram pela face do velho pescador. O véu começava a se levantar. Finalmente compreendia.

- Sahib, agora vejo. Creio que Jesus entregou-Se à morte por mim. Eu O aceito!

"Graças a Deus pois pelo Seu Dom inefável" [2]

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" [3]

--
 *molhe: paredão construído à entrada de pontos para o abrigo de navios.

domingo, 14 de outubro de 2012

A Tempestade

(Comentário Mateus 8:23-34)

Veja:


Vimos Jesus exercendo seu poder e autoridade sobre as enfermidades do leproso, do servo do centurião e da sogra de Pedro. Mesmo assim, quando lemos do diálogo dos dois que queriam segui-lo, aprendemos onde realmente está a resistência: no coração do ser humano.

Para Deus não existe doença mais mortal do que a auto-confiança, do que o orgulho de achar que você é capaz de fazer as coisas em sua própria energia. Não existe doença pior do que a incredulidade.

Agora é hora de Jesus provar seu poder sobre os elementos da natureza, e ele faz isso até dormindo. Anoitecia quando o barco com Jesus e seus discípulos começou a travessia do Mar da Galiléia. No meio do mar uma forte tempestade se abateu sobre o barco que parecia prestes a afundar. Os discípulos estavam desesperados. Jesus dormia.

Acordado por eles, repreendeu primeiro a falta de fé deles, depois os ventos e as ondas do mar. Deve ter sido mais fácil acalmar a tempestade do que os discípulos. Eles estavam surpresos com tamanha demonstração de poder sobre os elementos da natureza.

Não deviam se surpreender. Se eles realmente conhecessem quem era aquele que dormia no barco teriam ficado mais surpresos por saber que, mesmo dormindo, ele estava no controle da situação. A fé não precisa enxergar as circunstâncias mudarem, a fé precisa apenas de Jesus no barco.

Afinal, a Bíblia diz que ele é o criador de todas as coisas; do vento, do mar, da madeira do barco e de seus passageiros. Todas as coisas foram criadas por intermédio dele, e sem ele nada do que existe teria sido feito. É o que diz o primeiro capítulo do evangelho de João. Na carta aos Hebreus diz que ele sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.

Você já convidou o criador e mantenedor do Universo a entrar no seu barco? Você já creu nele como seu Senhor e Salvador? Já reconheceu que ele morreu na cruz e sofreu a pena que você devia sofrer?

Mario Persona. Fonte: http://www.3minutos.net

A Favor ou Contra

 Uma Cena no Tribunal de Pequenos Delitos em Manchester


- JÁ DISSE que não o roubei. Comprei-o! - repetia, até que por fim os magistrados se viram obrigados a mandar que se calasse.

Deduzia-se que Kelly fora preso, acusado de ter roubado um relógio de bolso. Não havia dúvida alguma de que o relógio tinha sido roubado e que fora encontrado em poder de Kelly, o que constituía, na opinião tanto dos policiais como dos magistrados, prova suficiente para o condenar. Justamente no momento em que os magistrados pareciam ter chegado a uma decisão quanto à pena a aplicar a Kelly, pedi licença para depor como testemunha.



- O que deseja? - perguntou o magistrado.

- Quero falar algo a respeito deste caso, senhor.

Ao ouvir minhas palavras, Kelly virou-se para mim, encolerizado:

- Não queiram ouvi-lo. Ele nada sabe disto. Só vai mentir com o propósito de me incriminar. Quer agravar a minha pena!

Foi quase inútil eu dizer a Kelly que sossegasse e que me escutasse. Parecia julgar que, vestindo eu a farda de sargento da Polícia, não podia deixar de ser contra ele. Finalmente os magistrados conseguiram fazê-lo calar-se, e me mandaram depor.

- Há algumas semanas, eu levava, de trem, dois presos para a cadeia de Strangeways. Eu estava sentado de um lado do vagão e os dois presos estavam sentados do lado oposto. Ouvi um deles dizer ao seu companheiro:

- Enganei o Kelly a alguns dias!

- Ah! Sim? E como fez isso? - perguntou o outro.

- Vendi a ele um relógio por trinta shillings*, e nem sequer cinco shillings valia!

Como se transformaram os rostos de todos no tribunal! Quanto a Kelly, olhou para mim como se quisesse me beijar! Logo se vê que foi absolvido, apesar das provas circunstanciais que lhe eram contrárias. O meu depoimento pesou mais do que tudo quanto havia contra ele. Porém, entenda que se ele tivesse conseguido o seu desejo de me impedir de falar, nunca teria chegado a descobrir que, afinal, só nutria a maior boa vontade para com ele.

É assim mesmo que muitos tratam a Deus. Não O querem ouvir, pois julgam que é contra eles, quando na verdade Deus é a favor deles. "Porque Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele" [1].

Kelly era inocente; mas o coração de Deus pode, com toda a justiça, sentir boa vontade para com o culpado, absolvendo-o e deixando-o sair em liberdade. Não há nenhum tribunal que possa assim proceder sem sacrificar seu nome e caráter. Porém Deus pode ser, ao mesmo tempo, um "Deus Justo e Salvador" [2]. Pode ser "Justo e Justificador daquele que tem fé em Jesus" [3]. E pode ainda ser Aquele "que justifica o ímpio" [4].

Na verdade, Deus, que parece ser contra o homem, como testemunha de acusação, tem por nós muito amor, o que nos leva à seguinte questão: Como pode esse Deus justo, com base na justiça perfeita, perdoar e libertar o homem, quando o próprio Deus já demonstrou ser o homem culpado?

A resposta é: Por meio da substituição. Esta é a única resposta possível. Na Cruz de Cristo vemos evidenciado o amor de Deus para com o pecador, pela dádiva do Seu Filho, o ÚNICO capaz de tomar o lugar do pecador, por ser Ele próprio isento de pecado. Cristo levou Ele mesmo os pecados do pecador [5], padeceu por amor do pecador [6], morreu pelo pecador [7], e, portanto, o ímpio pecador pode ser perdoado e sair livre.

*Shilling é uma antiga moeda britânica

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Prioridade

(Comentário Mateus 8:18-22)

Veja:

Duas pessoas querem seguir a Jesus: um escriba, que era um entendido da lei e da religião judaica, e um discípulo. Provavelmente eles tenham ficado entusiasmados com todos os milagres e curas que viram e queriam estar sempre ao lado de Jesus. O primeiro diz: "Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores".

Veja bem, ele está afirmando, não está perguntando se pode, algo como "Posso seguir você?". Também não está expressando um desejo do tipo "Quero seguir você". Não, ele está dizendo que vai segui-lo. "Eu te seguirei por onde quer que fores". Não seria isso excesso de autoconfiança? Creio que sim.

Considerando que nunca mais vamos ouvir falar desse escriba nos evangelhos, é provável que toda aquela disposição tenha morrido literalmente na praia. Sim, eles estavam à beira do Mar da Galiléia.

A autoconfiança é muito valorizada em nossa sociedade, mas Deus abomina isso por trazer em seu bojo coisas como independência, auto-suficiência, e vontade própria. No capítulo 15 do evangelho de João Jesus diz: "Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma", e o apóstolo Paulo acrescenta: "É Deus quem opera em vocês tanto o querer quanto o realizar".

Portanto, nas coisas de Deus, tudo o que começa com "auto" está fora: auto-confiança, auto-determinação, auto-ajuda, auto-suficiência e por aí vai.

Jesus mostra ao escriba que ele não tem ideia do que está pedindo. Seguir a Jesus é despachar a bagagem para o céu e viver aqui na expectativa do embarque. As raposas podiam ter sua toca e as aves os seus ninhos, mas para Jesus este mundo não era uma morada definitiva e nem um lugar de descanso. Tampouco é este o destino final do cristão ou um lugar para se acomodar.

O outro homem quer seguir a Jesus, mas tem outra prioridade. "Deixa-me ir PRIMEIRO sepultar meu pai". Seu problema estava na prioridade, na palavra "primeiro". Jesus pede que o discípulo o siga e que deixe os mortos sepultarem os mortos.

Além da lição sobre prioridades ele ensinou a ele outra coisa: neste mundo há duas classes de pessoas, os que estão ocupado com aquele que dá vida e os que se ocupam com as coisas mortas.

Qual daqueles dois homens é você? O escriba auto-confiante que espera uma vida fácil seguindo a Jesus, ou é o homem cuja prioridade era outra e não Jesus? As intenções podem ser boas, mas é preciso entender que Jesus deve ser o começo, meio e fim da vida do cristão. Deve ser o motivo e o objetivo. Não é com auto-confiança que você segue a Jesus, mas com a confiança que vem do alto.

Agora!

- Quando devo me preparar para a eternidade? - Perguntou um jovem ao seu professor cristão.

- Apenas uma hora antes da sua morte - foi a resposta que recebeu.

Embora surpreso com a resposta, o jovem pensou consigo: "Ótimo! Assim posso gozar a vida sem me preocupar. Quando chegar a hora da morte, rogarei a Deus que tenha misericórdia de mim."

- Mas... quando é que você vai morrer? - perguntou o professor, interrompendo os pensamentos do rapaz.

- Não sei... - respondeu ele preocupado.

- Então - disse o professor - a hora é AGORA, pois pode ser que só lhe restem alguns minutos de vida!

Há muitas pessoas que são como esse rapaz: pensam que ainda lhes resta muito tempo. Assim continuam a viver fazendo a vontade da carne e dos pensamentos [1] permanecendo debaixo do pecado [2] e sendo inimigos [3] do Criador. Deus deseja que todos os homens se salvem [4], mas, por ser justo, Ele terá que condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade [5]. Ao pecador perdido resta uma certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários [6]. Algo tão sério como a questão do nosso destino eterno nunca deveria ser deixado para depois.

Deus quer salvá-lo, e é só pelas riquezas da Sua benignidade, e paciência e longanimidade [7] que você ainda está neste mundo, lendo esta mensagem que pode ser seu último aviso. Ele demonstrou o quanto se importa com sua salvação, quando enviou seu Filho ao mundo para salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus [8]. Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o Justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus [9]. A salvação do pecador custou, para Deus, a morte de Seu amado Filho na cruz. Será que você dá a mesma importância à sua própria salvação ou considera algo que pode ser deixado para depois? Talvez então não haja mais tempo...

Por isso Deus anuncia AGORA a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos [10]. 

Deus sabe qual a melhor hora para uma pessoa ser salva, e na Bíblia, a Palavra de Deus, Ele diz quando é: Eis AGORA o tempo sobremodo oportuno, eis AGORA o dia da salvação [11]. Decida-se AGORA; não deixe para depois. O TEMPO SE ABREVIA [12]. Digo-vos pois que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece [13].

Deus salva todo aquele que verdadeiramente CRÊ em Jesus. Agora é a hora da decisão: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo [14]. Aceite agora a Jesus como seu Salvador, e desfrute agora mesmo da promessa de Deus:

"O Senhor te guardará de todo mal: Ele guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre"

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os Lenhadores

AO AMANHECER de um dia de outono, dois homens seguiam através de um pinheiral. A cada lado se erguiam os troncos, direitos como colunas, e, muito acima das cabeças daqueles homens, os ramos formavam densa cobertura verde. O tapete de relva que pisavam amortecia o som de seus passos.

Timothy era baixo e corcunda, com os braços compridos e fortes. Apesar de sua deformidade física, e da barba e cabelos escuros emaranhados, era amável. Com o rosto voltado para cima contemplava Raymond. Este, recém-chegado ao acampamento, era mais novo, alto e forte, e andava orgulhosamente ereto. Era louro, de feições bem marcadas e olhos azuis.

-- Raymond, você tem muito que agradecer.

-- Eu?

N. C. Wyeth: Lenhadores (óleo, 1943)
-- Sim -- e Timothy recusou-se alegremente a prestar atenção no tom de escárnio na voz do companheiro. -- Nada sei de sua vida, dos anos que ficaram para trás, nem sei o que fez você vir para este lugar; mas é alto e forte, conhece livros e deve ter tido muitas oportunidades. Os rapazes aqui são diferentes, mas tudo demonstra que você já teve sorte na vida, Raymond.

Logo chegaram a uma clareira no bosque. Timothy atirou o casaco ao chão, pegou no machado e começou, com golpes fortes, a cortar um pinheiro alto. Raymond ficou parado, em profunda meditação. Oportunidades? Sim, de fato não lhe tinham faltado, mas não as havia aproveitado. "Ninguém tem o direito de se intrometer na minha vida", pensou consigo, procurando esquecer-se dos conselhos de seu idoso pai. "Bem, já me encontro livre das velhas superstições; contudo às vezes me pergunto se esta liberdade vale o preço que paguei para a obter...".

O acampamento Haskin estava situado no norte de Minnesota. Havia apenas três semanas que Raymond chegara. Os homens eram rudes e incultos. Muitos deles tinham o vício da embriaguez, enquanto que o praguejar e o desprezo pelo Senhor eram constantes e não se constituía uma exceção à regra.

Timothy havia sido membro do grupo por muitos anos. Apesar de sua falta de inteligência e de sua deformidade física, era popular entre seus companheiros. Surpreendia a todos sua amizade pelo alto Raymond, manifestando sua admiração por este de muitas, embora modestas formas, assim merecendo do jovem amável complacência.

Certo dia, quando caía forte nevasca por já ter chegado o inverno, Raymond e Timothy trabalhavam com um numeroso grupo de trabalhadores. De repente, uma árvore enorme tombou, caindo com grande estrondo. Acima do barulho destacou-se um grito de horror e sofrimento. Era Timothy, o pobre aleijadinho. Por desgraça fora colhido por um grande ramo da árvore, que agora o prendia ao solo. Raymond foi o primeiro a chegar perto dele. Com todo o cuidado, os homens libertaram-no, encontrando o pobre corpo encurvado horrivelmente mutilado.

-- Parece que estou no fim, rapazes -- disse ele, esforçando-se por dominar a voz. -- Ah, Raymond, fique perto de mim. Ai! Tenham cuidado!

Levaram-no ao acampamento. Um homem montou logo a cavalo, para ir à aldeia mais próxima, a quase cinquenta quilômetros de distância, a fim de chamar um médico. Todos recearam que Timothy não estaria vivo quando o médico chegasse, tão intenso era o seu sofrimento. Quando o deitaram numa cama tosca, perto do braseiro, olhou ansiosamente para os rostos dos seus companheiros.

-- É a morte, rapazes. Falem-me de Deus. Nunca me falaram dEle.

Um silêncio estranho desceu sobre o grupo de homens, silêncio interrompido apenas pelo barulho do vento lá fora. Timothy tornou a falar:

-- Raymond, fale-me dEle. Com certeza você deve, pois é diferente de todos nós.

Todos fitaram o jovem. Este inclinou-se mais para Timothy, perguntando-lhe:

-- O que é que você quer ouvir?

-- Tudo a respeito de Deus. Como pode ver, pouco sei. Será que não pode falar dEle? Faça uma oração por mim.

O rosto de Raymond tornou-se pálido e austero. Seu pai pregava o Evangelho, e ele mesmo já havia estudado a Bíblia. Mas, pela influência de um colega de escola ateu, e pela leitura de livros que este lhe emprestava, a dúvida havia se introduzido na mente de Raymond. Dominado pela ideia de superioridade de seu intelecto, o jovem havia se firmado nessa atitude até chegar o dia em que zombara da fé de sua falecida mãe e negara a existência de Deus. Resolvera desprender-se de tudo aquilo que o ligava ao lar paterno. Escreveu ao pai uma carta arrogante anunciando-lhe sua mudança de pensamento, e saiu para o mundo, sem deixar vestígio de seu paradeiro.

Seguiram-se dias tenebrosos. Teve que aprender quão vazia é a vida sem esperança em Deus. Teve saudades da voz do seu querido pai; porém o orgulho não permitia que regressasse ao lar e pedisse perdão. No seu desespero, fez-se contratar pelo capataz do acampamento de lenhadores de Haskin.

Tudo isso voltou-lhe à memória num momento. Este pobre companheiro moribundo estava pedindo-lhe que rogasse a Deus por ele. Soltou dos lábios um gemido.

-- Timothy; não posso! Eu... --  e calou-se, incapaz de dizer que não acreditava em Deus a Quem, na hora da morte, até Timothy queria voltar-se.

-- Não pode? Ora, eu julgava que você O conhecesse!

Raymond não podia mais suportar. Saiu correndo pela porta, em plena nevasca. Andou de um lado para o outro na floresta, sem fazer caso do vento ou da neve. Enfrentou e lutou com o problema do relacionamento do homem com o seu Deus. Estava a sós com Deus. Naquela hora desapareceu o seu ateísmo. As teorias da ciência, nas quais havia depositado a sua confiança, desmoronaram-se debaixo de seus pés. Só ficava um alicerce inabalável.

Começava a escurecer no quarto onde Timothy estava deitado, quando a porta se abriu e Raymond entrou. Com passo firme, aproximou-se do moribundo.

-- Timothy; estive em contado com Deus. Ele perdoou-me, apesar de todo o meu pecado. Agora venho falar a você do Seu amor.

Com simplicidade e ternura, contou a história do amor de Deus, que O levou a enviar Seu Filho amado ao mundo para morrer pelos pecadores, levando sobre Si os pecados de todos os que depositem a sua confiança nEle como salvador de Suas almas.

Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5.8)

O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado (1 João 1.7)

Outros se aproximaram, reunindo-se em volta da cama. Poderiam eles duvidar da verdade das palavras faladas, quando contemplavam o brilho do rosto de Timothy?

-- Posso ver -- disse ele.

Raymond ajoelhou-se. Um após outro, aqueles homens rudes caíram de joelhos. Nunca Raymond orara como nessa hora. Deus estava com ele. Em torno de si estavam homens que, no dizer de Timothy, nunca tiveram uma chance na vida. Raymond orava com uma fé nascida da certeza absoluta da prontidão da boa vontade de Deus para salvar.

-- Está tudo bem -- murmurou Timothy. -- Vou para Ele, Raymond! Conta a todo mundo...

-- Sim, Timothy, vou passar a minha vida contando a todos.

-- Graças Te dou, meu Deus. -- disse o moribundo com a voz já enfraquecida. Mais alguns momentos, e tudo estava terminado.

Raymond voltou-se, então, para os companheiros:

-- Timothy já partiu, rapazes! Vocês ouviram a minha promessa a Timothy. Peço que me perdoem pelo espírito que tenho manifestado para com todos, e permitam que eu inicie o meu serviço pregando a vocês.

-- Muito bem; queremos ouvir -- responder o que era capataz. -- Quando chegarmos aonde está o Timothy, desejaremos ter ouvido.

Então Raymond contou a história, tão antiga, mas sempre atual, de Jesus e do Seu amor.

Fonte: http://pt.scribd.com/doc/116053400/Qual-o-Teu-Destino

Salvo para Servir

(Comentário Mateus 8:14-16)

Veja:


Você não obtém a salvação por alguma espécie de evolução espiritual, como alguns querem acreditar. Lembre-se de que a ideia básica da teoria da evolução* é a da sobrevivência do mais apto, do mais forte. Em outras palavras, segundo os evolucionistas nós só teríamos chegado até aqui porque o mais forte comeu o mais fraco e prevaleceu.

Não existe nada mais contrário à essência do evangelho. Este anuncia que o mais forte, o Filho de Deus, se fez fraco, se fez carne, se fez servo, e se deixou pregar numa cruz por suas próprias criaturas. Depois de atingir o estágio mais baixo ao qual um ser humano pode chegar, a morte, Deus o ressuscitou e o exaltou acima de todos os céus.

Jesus representa assim o que Deus faz com os piores, não com os melhores. O apóstolo Paulo explica em sua carta aos coríntios que Deus não escolheu os mais aptos, os mais fortes, ou mais inteligentes. Deus escolheu salvar a escória deste mundo, os loucos, os fracos, os perdedores, os pecadores, os enfermos da alma. No final, toda a glória da salvação fica para Deus, não para o salvo.

Afinal, esta é a essência da graça. Deus pega o inútil e incapaz e o salva. Mas salva de quê? Do pecado. Salva para quê? A história da cura da sogra de Pedro nos dá a resposta.

Prostrada com febre numa cama, a sogra de Pedro nada podia fazer por si mesma, por Jesus ou por sua família. Jesus vem e a toca e ela fica curada. O que acontece em seguida é digno de nota: "Ela se levantou e começou a servir a Jesus".

Ta aí a resposta. Somos salvos para servir, e não o contrário. A religião humana diz que você deve servir, deve trabalhar, se esforçar, para receber a cura para sua alma, o perdão de seus pecados. A Bíblia ensina que nada podemos fazer, a não ser deixar que Jesus nos toque, que ele nos tire da condição de prostração na qual o pecado nos colocou.

Mateus continua dizendo que ao anoitecer foram trazidos a Jesus muitos endemoninhados e enfermos, e ele curou todos eles. Fazendo assim ele cumpria o que disse o profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças". Algum tempo depois ele iria levar sobre si, na cruz, os nossos pecados e ser castigado ali por cada um deles.

Agora, se você crê em Jesus como seu Salvador, fica curado de seus pecados, purificado, pronto para o céu. Por que continua aqui? Para servi-lo e segui-lo. Para servir de testemunho a homens e anjos daquilo que Deus pode fazer com pecadores perdidos como eu e você.

Mario Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2008/08/22-salvo-para-servir.html

*Você acredita na Teoria da Evolução? Explore o conteúdo dessas páginas (aqui e aqui) para conhecer o lado que você não aprendeu na escola.

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