quarta-feira, 24 de julho de 2013

Puxa! Minha Própria Bike!

Eu queria uma bicicleta! Quero dizer que eu queria MESMO uma bicicleta! Queria uma de todo o meu coração. Quando meus pais disseram para eu escrever uma lista de presentes para ganhar de aniversário o primeiro item, e bem pode ter sido o único, foi minha tão cobiçada bicicleta. Embora eu tenha uma péssima memória, ainda posso me lembrar claramente de tudo o que aquela bicicleta significava para mim. Quando eu e um amigo da vizinhança brincávamos na Rua King, ele me disse que meu irmão havia contado para ele que meus pais haviam comprado uma bicicleta para me dar de aniversário. "Mas não conte para ninguém que eu contei para você", disse ele.

Puxa! Pensei, "Minha própria bicicleta!" O fato de saber que eu tinha minha bicicleta e não poder vê-la fez com que os dias que se seguiram fossem difíceis para um ansioso menino de oitos anos de idade. Finalmente chegou o dia 23 de Maio. Comemos o jantar, que terminou com bolo de creme de cereja como sobremesa, e chegara a hora de serem abertos os presentes. Meu tão egoísta desejo estava para ser realizado. Meu pai pediu que eu o seguisse. Lá fora atravessamos o quintal, passamos por trás do quarto de ferramentas do vizinho e... ali estava ela! Uma linda e brilhante Skyline preta. Como eu esperava, aquilo era tudo o que um menino de oito anos poderia desejar.


Uma Bicicleta Maravilhosa


A bicicleta tinha grandes protetores de couro sintético amarelo na barra e no guidão. Eles estavam na moda; naquela época eram a última palavra em acessório para bicicletas. Não havia nenhum freio de mão. Eu detestava mesmo freios de mão. Em grandes e brilhantes letras metálicas na barra de baixo estava escrito "Skyline". Abismado! Maravilhado! Palavras não poderiam descrever minha emoção. Ela era maior e melhor e mais terrível do que todas as outras bicicletas da vizinhança. 

Pedalando pelas trilhas atrás de nossa casa, passei muitas horas alegres naquela bicicleta. O fato de eu ficar longe horas seguidas deve ter preocupado minha mãe, deixando-a de cabelos brancos prematuramente. Fiquei tão maravilhado com aquela bicicleta que ainda a conservo até hoje. Ela está no celeiro lá em casa. Agora está pintada de marrom, tendo os aros sido trocados duas ou três vezes até hoje; mas as boas lembranças continuam daquela original e maravilhosa BMX preta.


Sem Limites


Assim que ganhei minha bicicleta, eu queria ir com ela para todo lugar. Não havia um lugar que fosse demasiado longe. E isso incluía principalmente o salão de reuniões que ficava a apenas um quilômetro e meio de casa. Era o lugar perfeito para mostrar minha bicicleta nova. Eu achava que todos os outros meninos teriam inveja, e desejavam ter uma igual. Me imaginava chegando bem rápido, virando e entrando no estacionamento e acionando os freios, com a certeza de poder fazer uma derrapagem de pelo menos uns três metros naquela "jóia".

Então, certo dia pedi a meus pais se eu poderia levar a BMX para a reunião e eles disseram que estava bem. Lá fui eu sozinho, pedalando com o coração na garganta. Para mim era sempre um jogo ver se eu era capaz de ganhar de meu pai na ida à reunião. Nem imaginava que ele ia mais devagar para deixar que eu ganhasse. Devia ser uma quarta-feira ou sexta-feira, pois não deixavam que eu andasse de bicicleta aos domingos. Cheguei ao salão de reuniões e levei a bicicleta para dentro.


Correndo Sozinho


Terminada a reunião, e enquanto os mais velhos, que nunca faziam nada para se divertirem, conversavam do lado de dentro, me apresentei para os mais jovens com meus malabarismos usuais. Quando todos se preparavam para ir embora, peguei minha bicicleta e voei para casa. Estava decidido a uma vez mais ganhar de meu pai no caminho para casa. Lembro-me de haver chegado em casa, encostado a bicicleta na parede e ter ficado andando de um lado para outro, esperando, tentando disfarçar um sorriso maroto. Eu tinha conseguido vencê-los outra vez!

Mas eles nunca chegavam! Normalmente minha família chegava apenas alguns segundos depois de mim e às vezes até antes de mim. Eu não os tinha visto no caminho para casa; mas era normal que tomássemos caminhos diferentes. Eu pegava atalhos com a bicicleta; portanto não me preocupei com o fato de eles não estarem em casa assim que cheguei lá. Afinal de contas, não tinha eu "voado" para casa justamente para ganhar deles? Mas eles nunca chegavam! Esperei, esperei e esperei! Comecei a me preocupar. E enquanto tentava imaginar onde estariam, dúvidas e temores começaram a encher minha cabeça.


Pedalando e Orando


Não sei por quanto tempo esperei, mas foi tempo suficiente para eu decidir voltar pedalando para o salão de reuniões para ver se eles tinham ficado conversando mais tempo do que o de costume. Pedalei de volta para o salão de reuniões. Sentia um nó começar a se formar em minha garganta, daquele tipo que não produz lágrimas -- mas que quase produz. Orei todo o caminho de volta. "Meu Deus e Pai, por favor, faça com que mamãe e papai estejam no salão de reuniões; em nome de Jesus, Amém."

Não estavam lá! O nó da garganta ficou maior! As lágrimas estavam por pouco! Enquanto pedalava de volta para casa, comecei a orar com mais força. Não voltei pedalando tão depressa como na ida para o salão de reuniões. Por todo o caminho, havia aquela voz baixinha falando em meus ouvidos, "Danny, você sabe que eles estão sempre dizendo que o Senhor está para voltar e levar os cristãos para o céu; bem, agora é tarde para você. Eles foram embora e você foi deixado para trás!" Tentei ignorar a voz, minha consciência, mas ela não ia embora. As lágrimas começaram a chegar. Eu chorava e chorava enquanto pensava, "Meus pais foram para o céu e eu fui deixado aqui neste mundo." Desde pequeno eu havia sido ensinado, e sabia disso, que o Senhor estava voltando em breve; mas eu tinha deixado para mais tarde recebê-Lo como meu Salvador até que ficou tarde demais. O nó em minha garganta estava agora do tamanho de um balão. Eu não estava salvo e meus pais tinham ido para o céu. Eu estava destinado ao inferno!


Uma Decisão Importante


Comecei a orar de todo o coração... mais intensamente, e com mais sinceridade que qualquer outra ocasião em minha vida. Não me lembro exatamente com que palavras, mas posso lembrar claramente de ter pedido ao Senhor que, se Ele não tivesse ainda vindo buscar os cristãos para levá-los para o céu, que me limpasse de meus pecados e entrasse em meu coração. Senti remorso por todas as vezes que tinha feito coisas erradas que sabia estarem erradas, e eu sabia que precisava dEle para me salvar de meus pecados. Orei assim repetidas vezes! E o Senhor Jesus ouviu minha oração.

Enquanto estava sentado ali no gramado chorando, bem diante de um quadro que havia na frente de minha casa que dizia "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores", meus pais entraram com a grande perua. Não consigo imaginar uma cena que possa ter sido mais feliz do que aquela, exceto se tivesse visto o Senhor descendo para me levar para o céu junto com Ele. Eu sabia que meus pais já estavam salvos, e que se eles ainda estavam ali era porque o Senhor ainda não tinha voltado para buscar os Seus.


Um Presente Melhor


Descobri que meus pais tinham ido ao Dairy Queen para agradar a família. Eu acho que nem me importava com o fato de eles terem recebido tal agrado e eu não. O verdadeiro agrado da salvação que recebi era muito melhor do que qualquer coisa que meus pais pudessem ter comprado na sorveteria. Meus pais ainda estavam aqui e eu era um filho de Deus. Eu sabia que estava pronto para ir para o céu com Ele se o Senhor Jesus voltasse para levar aqueles que, pela fé, nasceram de novo e foram feitos membros da família de Deus.

Não contei logo para meus pais o que tinha acontecido. Na verdade eu acho que nem mesmo contei a eles a história até alguns anos depois. Tenho certeza de que foi naquele dia que cri no Senhor Jesus Cristo e Ele entrou em meu coração. E agora "estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8:38,39). Posso dizer com segurança que "o Filho de Deus me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).


E Você?


Agradeço a Deus ter crido e por ter sido salvo antes que fosse tarde demais. Mas o Senhor não vai atrasar Sua vinda para sempre. A Palavra de Deus, a Bíblia, diz que Ele não retarda sua promessa para voltar. Ele está apenas aguardando que a última pessoa aceite Sua dádiva gratuita da salvação, pois Ele não quer que alguém vá para o inferno. (2 Pedro 3:9). Todavia, assim que Ele der o Seu brado e os crentes forem chamados para o céu, não haverá uma segunda chance como houve para mim. Você está pronto? 

Fonte: http://www.stories.org.br/danny.html

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