quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

De Mal a Pior

(Mensagens de Natal - Parte 10 - Final. Comentário do Evangelho de Mateus, capítulo 2)

Veja:

Quando Jesus nasceu, alguns homens sábios do Oriente chegaram em Jerusalém perguntando pelo Rei de Israel que tinha nascido. Quando o rei Herodes e os moradores de Jerusalém souberam disso ficaram preocupados. Você também ficaria se corresse o risco de passar o governo a outro. E o governo de sua vida, você passaria a Jesus? Ou faria qualquer coisa para evitar isso? Herodes decidiu que precisava eliminar Jesus.

Aqueles sábios chegaram a Belém com presentes para o menino: ouro, incenso e mirra, uma erva amarga tirada de uma árvore cheia de espinhos. Apesar de Sua perfeição áurea e fragrância divina, Jesus estava destinado a amargar uma morte infame. Pregado num madeiro como um criminoso qualquer.

Depois de encontrarem Jesus, os sábios voltaram por outro caminho. Ninguém volta pelo mesmo caminho depois de um encontro assim. E ninguém tem um encontro assim se não escutar a voz dAquele que disse: "Eu sou o caminho".

Ao saber que Herodes pretendia matar o menino, José fugiu para o Egito levando Jesus e Maria, e só voltou depois da morte de Herodes, indo morar em Nazaré.

Jesus acabou ficando conhecido como nazareno, numa época quando as pessoas costumavam dizer que de Nazaré não vinha coisa alguma que prestasse.

Dá para entender isso? Deus vem ao mundo em um curral, passa suas primeiras noites em um cocho de alimentar gado, vai viver como refugiado no exílio e acaba indo morar numa cidadezinha desprezível de pessoas de quinta categoria.

Sabe o que é? Só quem passou por tudo isso pode entender quem está passando por tudo isso. Tristeza, desprezo, perseguição, você conhece essas coisas, não? Pode ter certeza de que Jesus não veio aqui a passeio. Ele começou mal e terminou pior.

Agora, tente adivinhar a troco de quê ou por quem Ele fez tudo isso. Você sabe a resposta.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O Impacto de Deus Conosco

(Mensagens de Natal - Parte 9. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 2)

Veja:


O mundo não será o mesmo a partir deste momento, e três coisas marcam a chegada de Jesus ao planeta Terra. Primeiro, os céus se enchem de regozijo por Deus ter vindo ao mundo em forma humana. Os humildes pastores são envoltos pelo resplendor da glória de Deus e uma multidão dos exércitos celestiais irrompe em louvores dizendo: "Glória a Deus nas alturas".

O apóstolo João mais tarde iria dizer: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada" (1 Jo 1:1-2).

O segundo efeito é que o mal e o pecado, que arruinaram a Criação de Deus, estão com os dias contados. Deus não vem ao mundo em glória vingativa contra o pecador, mas como um indefeso bebê, nascido pobre e trazendo salvação, misericórdia e graça para um mundo perdidamente culpado. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados" (2 Co 5:19). Os anjos continuam com seu clamor, que diz: "...paz na terra".

A terceira consequência da presença do Filho de Deus no mundo é a revelação da afeição de Deus por suas criaturas: "paz... aos homens, a quem ele quer bem". Deus ama a humanidade, e o livro de Provérbios expressa isso: "Regozijando-me no seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens" (Pv 8:31). O Salmo 85 resume o resultado dessa visita tão ilustre: "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas." (Sl 85:10-13).

Tudo isso está representado nessa criança, despercebida pelos que são do mundo, porém aclamada pelos habitantes do céu. É preciso ter a fé dos pobres pastores para enxergar a grandiosidade deste evento. "Vamos a Belém", dizem eles, "e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer". "Então correram para lá e encontraram Maria e José, e o bebê deitado na manjedoura. Depois de o verem, contaram a todos o que lhes fora dito a respeito daquele menino e todos os que ouviram o que os pastores diziam ficaram admirados" (Lc 2:15-18).

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Numa Manjedoura

(Mensagens de Natal - Parte 8. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 2)

Veja:


Neste capítulo 2 do evangelho de Lucas fomos transportados dos ricos aposentos reais de César Augusto em Roma para um sujo estábulo em Belém, onde um casal pobre acomoda numa manjedoura o recém-nascido Jesus. "Porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2:7). Agora somos levados à zona rural, a alguns pastores de ovelhas do turno da noite, os menos qualificados daquela profissão. 


"Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles", e o anjo lhes diz: "Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura". Então "uma grande multidão do exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo: 'Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor'" (Lc 2:9-14).

O anúncio do Filho de Deus vindo ao planeta Terra na forma humana não é dado ao clero, mas a homens simples que trazem no peito um coração de criança para crer nas coisas de Deus. Por quê? Porque o clero judeu espera o Messias vindo em poder e glória e não acreditaria que o Salvador do mundo pudesse entrar em cena na forma de um "bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura".

Se você busca a verdade, saiba que ela não está com os líderes religiosos. Estes estão muito ocupados com seus dogmas, cargos e posições para crerem na simplicidade da Palavra de Deus ou reconhecerem que a verdade é dada aos simples. O conhecimento de Deus não vem das faculdades de teologia, mas do que o Espírito Santo ensina por intermédio dos diferentes dons dados à igreja.

Em 1 Coríntios 14:26-40, há instruções claras de como os cristãos devem se reunir. "Quando vocês se reúnem... falem dois ou três, e os outros julguem cuidadosamente o que foi dito. Se vier uma revelação a alguém que está sentado, cale-se o primeiro. Pois vocês todos podem profetizar, cada um por sua vez, de forma que todos sejam instruídos e encorajados". Repare que ali não há um líder à frente da congregação, pois é o Espírito Santo quem dirige a reunião e distribui os dons conforme ele quer. Acaso é assim no lugar onde você congrega? Se não for, prefira a ordem de Deus ao invés da organização do homem.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Não Havia Lugar

(Mensagens de Natal - Parte 7. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 2)

Veja:


Vimos Deus movendo ao seu bel prazer o governante mais poderoso da terra para que Maria estivesse no lugar previsto pelo profeta para o nascimento de Jesus. Se, por um lado, Deus manipula os reis para cumprir seus propósitos, por outro ele chama os desprezíveis para fazerem parte de sua família. Por isso Tiago escreve: "Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" (Tg 2:5). 

Quem é verdadeiramente pobre não tem em que se agarrar no dia da necessidade; não se apoia em seus bens, na sua justiça, nas boas obras ou qualquer capacidade que possa usar como moeda de troca para sua salvação. Deus não quer os abastados, mas os necessitados; não busca os sãos, mas os enfermos; não se impressiona com os sábios, pois quer os loucos. Ao dirigir-se aos cristãos congregados na cidade de Corinto, o apóstolo Paulo escreveu: 

"Pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele" (1 Co 1:26-29).

José e Maria são pobres, por isso não conseguem vaga em Belém. Sem dinheiro, poder ou influência, só lhes resta colocar o recém-nascido Jesus num caixote usado para alimentar o gado. Lucas explica a razão: "Porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2:7). Há dois mil anos Deus veio ao mundo na forma humana e não encontrou lugar. 

Nada mudou desde então. Não se iluda com tantas religiões, catedrais e monumentos criados pelo homem: o mundo continua não tendo lugar para Jesus. Ao criticar os fariseus, que adoravam e serviam a Mamom, o "deus dinheiro", Jesus afirmou: "Vocês são os que se justificam a si mesmos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os corações de vocês. Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus" (Lc 16:15).

Se você tem procurado por Jesus entre os que vivem falando em dinheiro e buscando prosperidade, você está no lugar errado. "Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" (Tg 2:5). Ali não tem lugar para Jesus, nesses lugares onde você busca prosperidade.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Belém

(Mensagens de Natal - Parte 6. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 2)

Veja:


Maria creu nas palavras do anjo, de que de seu ventre sairia o Emanuel, ou "Deus conosco". Afinal, mesmo sem ter uma relação sexual ela tinha ficado grávida após o Espírito Santo vir sobre ela e o poder do Altíssimo a cobrir com sua sombra. O bebê, chamado pelo anjo de "Filho de Deus", foi chamado por Isabel de "Senhor".

Maria e Isabel sabem da promessa feita pelo profeta Isaías: "Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel" ou "Deus conosco" (Is 7:14). O mesmo profeta previu: "Um menino nos nasceu... E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre" (Is 9:6-7).

Mas onde nasceria o menino? Maria sabe, pois o profeta Miquéias avisou: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5:2). Portanto Maria ficaria grávida virgem, seu filho seria o "Deus conosco", ele assumiria o trono de Davi e estabeleceria um reino de paz sem fim. Por ser Deus, ele existiria "desde os dias da eternidade".

Mas espere! O profeta Miquéias disse que o Messias nasceria em "Belém"? Maria mora em Nazaré, a 150 quilômetros de distância ou um mês de caminhada. Ou o bebê não é o Messias prometido a Israel, ou algo precisa acontecer para colocar aquela jovem grávida na hora e lugar previstos para o parto. É o que acontece no primeiro versículo do capítulo 2 de Lucas:

"Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano... E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se. Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se, com Maria" (Lc 2:1-5).

O livro de Provérbios diz que "o coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer" (Pv 21:1). Nem o imperador romano sabe que está sendo uma marionete nas mãos de Deus. Assim é com todos os governantes, por mais que eles acreditem que sejam eles que estão no controle.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Salvador de Maria

(Mensagens de Natal - Parte 5. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 1)

Veja:


Quando Isabel termina seu cântico bendizendo a Maria e ao fruto de seu ventre, é a vez de Maria dar início ao seu belíssimo cântico, que lembra em muitos aspectos o cântico de Ana, mãe do profeta Samuel, no Antigo Testamento. O cântico de Maria não é de exaltação própria, mas de reconhecimento de sua origem humilde e da graça que sobre ela foi derramada por Deus, dando a ela o privilégio de abrigar em seu ventre Jesus, o Salvador.

Suas primeiras palavras apontam o caminho para qualquer um que queira se aproximar de Deus: Primeiro, reconhecer e engrandecer o Senhor e, segundo, confessar sua condição de pecador e necessitado de um Salvador. É o que Maria faz ao dizer "a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lc 1:46-47). Maria não teria chamado a Deus de "meu Salvador" se não necessitasse de salvação como qualquer pecador. Eu acredito no que Maria disse, e espero que você não esteja entre os que duvidam dela.

No Antigo Testamento você encontra pelo menos três vezes a frase "não há quem não peque" (1 Rs 8:46; 2 Cr 6:36; Ec 7:20). Paulo cita uma dessas passagens na carta aos romanos, ao dizer: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" (Rm 3:10-12). Ele está falando de mim, de você, de Maria e de todos os seres humanos, com exceção de Jesus, que não teve pai humano. Todos igualmente pecadores e necessitados de chamar ao Senhor de "meu Salvador".

Ao reconhecer-se necessitada de um Salvador, Maria não incorre no pecado da mentira, do qual João fala em sua primeira epístola: "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (1 Jo 1:8-10).

A pior coisa que alguém pode afirmar é que não é pecador. Os fariseus eram assim, e mais tarde Jesus diria a eles que "não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento" (Lc 5:31-32). Os que dizem que Maria era sem pecado podem ter boa intenção, mas não têm base bíblica. Jesus é o único que nasceu sem pecado e nem poderia pecar, por ser Deus e Homem.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Crendo sem Razão

(Mensagens de Natal - Parte 4. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 1)

Veja:


Maria não duvida. Apesar daquela estranha visita, ela crê no que o anjo diz: "nada é impossível para Deus" (Lc 1:37). Maria reage como eu e você deveríamos reagir quando encontrássemos na Bíblia algo extraordinário demais para a razão. "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra", diz Maria em uma atitude de total confiança e resignação. 

O que tinha Maria para encarar a situação com tamanha tranquilidade? A fé que vem de um trabalho do Espírito Santo na alma. A fé e a disposição de crer no invisível. A mesma fé necessária para entender que "o universo foi formado pela Palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível" (Hb 11:3); a mesma fé da qual Paulo diz: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2:8-9). 

O apóstolo Paulo escreveu que "quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente", e também que "olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam" (1 Co 2:6-14).

Portanto, nem perca seu tempo tentando entender como Deus pode ser Um e ao mesmo tempo Pai, Filho e Espírito Santo. Ou como Jesus pôde vir ao mundo sem a participação de um pai humano; ou como a infinitude de Deus podia caber em um minúsculo embrião. E nem gaste fosfato usando a razão para compreender como aquele bebê indefeso viveu da infância à idade adulta, e terminou no céu como um Homem de carne e ossos. 

Você pode crer em Jesus, pode amá-lo e conhecê-lo como seu Salvador, mas não poderá entender o mistério de sua humanidade. "Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai", disse Mateus em seu evangelho (Mt 11:27). A fé cristã se baseia no fato de que Deus esteve no mundo em um corpo de carne, Jesus, e que este foi feito pecado por nós e entregou sua vida numa cruz. É impossível Deus morrer, mas Jesus morreu e ele nunca deixou de ser Deus. Entendeu? Nem eu. Mas eu creio mesmo assim.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Verdadeiro Deus

(Mensagens de Natal - Parte 3. Comentário do Evangelho de Lucas, capítulo 1)

Veja:


Gabriel não deixa Maria em suspense. Afinal, ela quer saber como poderá ser uma virgem mãe, e ainda mais de alguém tão extraordinário. Ele explica a Maria o inexplicável: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, o Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lc 1:35).

Tente imaginar a cena: Maria, uma jovem comum, morando em Nazaré, cidade da qual os judeus costumavam dizer que nenhuma coisa boa podia vir dali (Jo 1:46), e noiva do jovem José, que logo ficará sabendo que ela está grávida de outro. A coisa toda já seria estranha sem a informação de que tal concepção será virginal.

Mas o assunto de Deus em sua Palavra não é Maria, e sim Jesus. Tudo, de Gênesis a Apocalipse, gira em torno dele e felizes aqueles que são figurantes nos eventos estrelados pelo Filho de Deus. Maria é uma privilegiada, porém não foi por meio dela e para ela que Deus criou todas as coisas. Foi por Jesus e para Jesus.

"Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens" -- diz João na abertura de seu evangelho. Maria é mencionada pela última vez no início do livro de Atos. Ela não é mencionada nas epístolas ou cartas dos apóstolos.

A concepção virginal é uma verdade fundamental do cristianismo e qualquer pessoa ou religião que não a confesse não é de Deus. Trata-se de um evento sobrenatural, uma concepção do Espírito Santo. Outro ponto importante é que Jesus já existia antes. A concepção é o início apenas de sua história humana. João, em seu evangelho, explica que Jesus existia desde o princípio, ou seja, na eternidade, e em sua primeira epístola o chama de "Verdadeiro Deus". Em Isaías 9:6, o mesmo versículo que anuncia sua vinda como um menino, ele é chamado de "Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz"

Entenda também que Jesus já era Filho de Deus antes mesmo de vir em um corpo de carne, por ser uma das três Pessoas divinas da Trindade, juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Ele era Filho de Deus antes, foi Filho de Deus durante sua vida aqui, e é Filho de Deus para sempre como Homem ressuscitado e glorificado. Ao nascer como um ser humano ele assumiu também títulos de Filho do Homem e Filho de Davi, ascendência garantida por sua linhagem humana.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma Jovem Singular

(Mensagens de Natal - Parte 2. Comentário do  Evangelho de Lucas, capítulo 1)

Veja: 



Zacarias e Isabel oravam por um filho e Deus atendeu suas orações, apesar de serem velhos e terem dúvidas se Deus responderia. Agora a visita do anjo não é a um velho sacerdote no templo de Jerusalém, mas a uma jovem chamada Maria. 

Lucas não revela sua idade, mas naquela época e lugar as meninas deviam ter no mínimo 12 anos para se casarem, e os meninos 13. Maria deve ter entre 12 e 14 anos. Ela ainda não é casada com José, apenas desposada, uma espécie de noivado com status de casamento, porém sem relações sexuais. Maria é a virgem.

Mas por que dizer que ela é a virgem e não uma virgem? Porque é assim que Deus a chama na profecia de Isaías: "Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel" (Is 7:14). Setecentos anos antes Deus já tinha escolhido o ventre no qual seu Filho assumiria a forma humana. 

Ela já tinha sido mencionada na primeira vez em que o evangelho foi proclamado no jardim do Éden. Em Gênesis lemos que Deus avisou Satanás: "Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar" (Gn 3:15). A mulher seria Maria, e seu descendente, Jesus.

Por isso o anjo a chama de agraciada, isto é, beneficiada com graça. Ele não a chama de "cheia de graça", como alguns costumam dizer, pois isto faria dela a fonte de graça, o que obviamente ela não é. 

Imagine se você fosse uma jovem de treze anos e um homem aparecesse dentro de sua casa dizendo ser um anjo. Como você reagiria? Ficaria perturbada, como Maria fica aqui. Gabriel a tranquiliza explicando que ela tinha sido agraciada por Deus. Talvez ela ficasse mais tranquila se ele não continuasse a mensagem: 

"Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino jamais terá fim" (Lc 1:31-33).

Como se a presença de um anjo já não fosse demais para ela, o que ele diz é de tirar o fôlego: Ela irá engravidar, o filho terá um nome que significa "Jeová é o Salvador", será um grande homem e ao mesmo tempo divino, o Filho do Altíssimo. Ele assumirá o trono de Davi e seu reino não terá fim. Que Deus preparou Maria para isso não há dúvida. Que garota teria recebido tal informação sem desmaiar ou se desesperar? 

domingo, 16 de dezembro de 2012

A Verdadeira História do Natal

(Mensagens de Natal - Parte 1)

Era uma vez – há muito tempo, sem neve e nem dezembro – alguns homens sábios – ninguém sabe se eram três – que chegaram do Oriente a Israel para visitar a criança que tinha nascido para ser Rei de Israel. Como eles souberam do nascimento? Bem, foi Deus quem revelou isso e usou uma estrela para guiá-los. Um cometa? Não acredito. Já viu um cometa que às vezes anda e às vezes pára sobre uma casa?

Chegando em Jerusalém, os sábios descobriram que estavam com um probleminha. Israel já tinha um rei, Herodes, que não queria nem um pouco descer do trono. Ele ficou perturbado, e não apenas ele, mas toda a população de Jerusalém. Já viu isso? Todo mundo ficar perturbado porque outro Rei iria tomar o lugar de Herodes? Pois é, ninguém queria Jesus. O pessoal era da opinião de que em time que está ganhando bem não se mexe.

Esta história você encontra nos Evangelhos, principalmente em Mateus. Em outro lugar aparece o que as pessoas de Jerusalém estavam realmente pensando: "Não queremos que este reine sobre nós". (Lucas 19:14) Isso não é novidade nenhuma. A gente já nasce assim, inimigos de Deus e de Cristo. (Romanos 5:10) Mas vamos continuar nossa verdadeira história do Natal.

O rei Herodes mandou os principais sacerdotes e escribas – os teólogos e doutores da época – pesquisarem o que estava escrito nas profecias dos antigos profetas. Sabe o que acharam? "E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel." (Mateus 2:6, ver também Miquéias 5.2)

Aí o rei armou um plano. Perguntou aos sábios – é esta a interpretação correta para a palavra "magos" – quando foi que viram a estrela, para poder calcular direitinho a data de nascimento do novo Rei, e pediu que avisassem quando encontrassem a criança. Herodes disse que queria ir até lá adorar o menino, mas o que ele queria mesmo era matá-Lo. Percebeu como a história da paixão e morte de Cristo começou muito tempo antes? A verdadeira história do Natal tem seu desfecho na cruz do Calvário.

Finalmente os sábios, guiados pela estrela, chegaram à casa onde estava o menino. Casa? Isso mesmo, casa. Ué?! E a história da cocheira, da manjedoura, do burrinho e da vaquinha de presépio? Ou cadê a gruta de algumas versões? Bem, Jesus nasceu mesmo num lugar humilde, provavelmente numa cocheira, e seu primeiro berço foi uma manjedoura. Por que? Oras, porque não havia lugar para Ele em nenhuma estalagem (Lucas 2:6). Na maioria dos corações das pessoas hoje ainda está escrito "NÃO HÁ VAGA" para Jesus. E no seu?

Sinto ter estragado aquela ideia romântica que você tinha do presépio, mas a verdade é que quando os sábios chegaram com seus presentes José, Maria e Jesus já estavam numa casa e provavelmente o menino era bem crescidinho, pois os sábios não vieram do Oriente de avião, mas caminhando ou montados em animais. Meses se passaram entre o nascimento e sua chegada a Belém.

Surpreso? Então veja só o que Herodes fez. Quando os sábios não voltaram para lhe dar notícia – Deus avisou para que voltassem por outro caminho – ficou furioso. Tão furioso que mandou seus guardas a Belém para matarem todos os meninos da cidade e arredores com idade até dois anos. Isso mesmo, todos os meninos de Belém e vizinhança com até dois anos de idade. Aquelas crianças não receberam a visita de Papai Noel com um saco de presentes, mas dos soldados para matá-las com espadas e lanças. O primeiro e verdadeiro Natal foi um infanticídio, um extermínio em massa de crianças até dois anos de idade. Enquanto isso, avisados por Deus, José e Maria fugiam para o Egito levando o menino Jesus, que devia ter até dois anos de idade.

Você já percebeu que o mundo daquela época não desejava nem um pouco Jesus – nem Herodes, nem o povo, nem os sacerdotes e escribas, nem os soldados. Percebe que são as mesmas classes de pessoas – governo, povo, religião, sábios e militares – que aparecem na cena da crucificação? Nem o mundo nem as pessoas mudaram nesses 2 mil anos. "Não queremos que este reine sobre nós" (Lucas 19:14) continua sendo o que a maioria das pessoas realmente diz para Jesus.

É isso. Este mundo não é nenhuma Disneylândia, as pessoas não mudaram e nem vão mudar a menos que... Bem, o evento mais importante da vinda de Jesus a este mundo não foi Seu nascimento, mas SUA MORTE. Ele morreu para que aqueles que creem nEle pudessem nascer de novo – um novo nascimento espiritual – com um coração limpinho, do jeito que Deus gosta. Para isso Jesus teve que pagar por nossos pecados na cruz, substituindo aqueles que O aceitam como Salvador.

Então não é ficando bonzinho que a gente vai para o céu? Bem, talvez você ganhe mais presentes de Natal ficando bonzinho, mas nunca vai ganhar a salvação eterna tentando fazer isso. Primeiro, porque a salvação é um presente de Deus, é grátis porque Jesus pagou seu preço na cruz. Segundo, porque ninguém consegue ser bonzinho o suficiente – o padrão é o próprio Deus – para chegar lá. Deus salva e transforma aqueles que vão a Cristo com todos os seus defeitos, pecados, vícios, problemas. Ele sabe exatamente o que cada um está passando.

Dois Morreram Por Mim

NOSSOS CORAÇÕES tinham sido atingidos pela dor, quando, acima do ruído do temporal, soaram aos nossos ouvidos os apitos aflitivos, através das águas turbulentas, que nos deram a compreender, sem sombra de dúvida, que algum barco, ou barcos, estavam lutando com as ondas e que muitos estavam em risco de perder a vida naquele mar bravio. 

Ao amanhecer dirigi-me para a praia; já cessara a tempestade e o sol brilhava reluzente; o mar cintilava e os pássaros cantavam alegremente; pelo que o furioso temporal da noite e o horror que o acompanhava, poderiam parecer ter sido apenas um pesadelo medonho, se não fosse a cena que se contemplava na praia. Ali não faltavam sinais de naufrágio e de ruína. 

Com o espírito pesaroso, contemplei a cena desejosa de saber quantos homens teriam conseguido salvar-se da morte que os ameaçara. Enquanto assim meditava, percebi que havia se aproximado de mim um marinheiro. Voltei-me para ele e pedi-lhe informações sobre os acontecimentos da noite. Contou-me de tentativas heroicas para salvar os náufragos, que em parte haviam sido bem sucedidas; e depois, ao lasti­mar eu a sorte dos que haviam perdido a vida, disse-me em tom de sincera solicitude: 

– Minha senhora, peço licença para lhe fazer uma pergunta. A senhora está salva, ou ainda perdida? Quero dizer — acrescentou — conhece o Senhor Jesus? 

Muito me agradou aquela pergunta, pois podia respon­der-lhe que o seu Salvador era também o meu Salvador. E, conversando nós um pouco acerca dAquele tão querido aos nossos corações, dei-lhe um fraternal aperto de mão, e per­guntei há quanto tempo conhecia o bendito Salvador, e como se convertera a Ele. 

– Há quase cinco anos que salvou o meu corpo de morrer afogado e a minha alma do lago de fogo — disse ele. — Nunca poderei esquecer o que sucedeu, pois dois morreram por mim. 

– Dois? — perguntei, muito surpreendida. 

– Sim, minha senhora, dois — respondeu. — O meu Salvador morreu por mim há mais de 1.800 anos, na cruz do calvário, e o meu companheiro morreu por mim há cinco anos, e foi isso que me atraiu para o meu Salvador. 

Vendo que eu manifestava interesse, continuou: 

– Foi uma noite tal como a noite passada que o nosso barco encalhou numa rocha. Pedimos socorro por meio de sinais e disparando tiros. Não tardou para que homens corajosos tripulassem o barco salva-vidas e se fizessem ao mar. Duvidávamos que pudessem resistir ao furor das grandes ondas, mas arriscaram-se, e Deus os auxiliou. Com dificul­dade transferimos para o salva-vidas as mulhe­res e crianças, e este chegou à praia. Mais uma vez, com nova tripulação, o barco salva-vidas voltou e foram salvos os passageiros de nosso navio. Então compreendemos que seria impossível salvar-nos a to­dos, pois na terceira viagem do barco salva-vidas não caberiam todos os restantes, e o nosso navio afundaria antes que o barco pudesse vir pela quarta vez. Assim, lançamos sortes, para decidir quem iria ficar. Coube a mim ficar no navio prestes a afundar. Que horrorosas as trevas que se apoderaram de mim! "Condenado a morrer e ir para o inferno!", murmurei, e me vi passando em revista todos os pecados de minha vida. Não dei sinal que pudesse ser notado pelos companheiros, mas o que se passava entre a minha alma e Deus era terrível! 

Eu tinha um companheiro que amava o Senhor Jesus. Ele muitas vezes havia me falado do que importava para a felicidade de minha alma, mas eu respondia-lhe, zombando, que estava resolvido a gozar a vida. Agora, porém, embora ele estivesse ao meu lado, não tive a coragem de sequer lhe pedir que orasse por mim, mas, por um momento, admirei-me de que me não falasse do Salvador. Fui compreender depois. 

O seu semblante, quando por um momento o contemplei, manifestava calma e serenidade, como se estivesse iluminado por uma estranha luz. Com amargor, pensei, "Ele bem pode estar satisfeito; tem a sorte de ir no salva-vidas e ser salvo". Querido James, como podia eu estar tão enganado a seu respeito? Bem, minha senhora, o salva-vidas aproximou-se de novo, e, um após outro, embarcaram nele os homens a quem tocara a sorte. Chegou a vez de James, mas ao invés de ir, empurrou-me para a frente e disse: "Vai você no salva-vi­das em meu lugar, Thomas, e tenha a certeza de me encontrar no Céu! Não morra agora para ir parar no inferno; quanto a mim, não se preocupe". Eu não quis que ele se sacrificasse assim, mas os outros me levaram adiante deles. O que estava atrás de mim, ansioso por entrar no salva-vidas, empurrou- me. James sabia muito bem que isto iria acontecer, e foi por esta razão que nada me havia dito do que tencionava fazer. Dentro de poucos segundos, encontrava-me no salva-vidas. Dali a momentos, mal nos havendo afastado, o navio afun­dou-se, e nele James, meu querido amigo James, se foi! Sei que foi para Jesus; mas, minha senhora, ele morreu em meu lugar! Morreu por mim! Não disse com verdade à senhora, que dois morreram por mim! 

Thomas ficou calado por um momento, os olhos molha­dos de lágrimas que não tentou disfarçar. Eram um tributo ao amor de quem sofrera a morte em seu lugar. Quando consegui vencer a emoção, limitei-me a dizer: 

– E então? 

— Então, minha senhora — disse-me ele em seguida, quando vi aquele navio afundar, disse a Deus de todo o meu coração: "Se eu chegar à terra a salvo, James não terá morrido em vão. Se Deus quiser, vou encontrá-lo no Céu. Decerto que o Deus de James é digno de que eu O conheça, pois James morreu para me dar mais uma chance de conhecê-Lo"

— Demorou para você se encontrar com o Salvador? — perguntei. 

— Não houve grande demora, embora a mim parecesse haver então. Não sabia qual o primeiro passo a dar. Quer estivesse dormindo ou acordado, tive sempre na memória a cena do navio afundando, e de James, com o calmo sorriso que havia visto em seu rosto; a recordação não me abando­nava nunca. A princípio pensava mais em James do que no Senhor. Depois, lembrei-me de que deveria adquirir uma Bíblia, pois tinha visto James muitas vezes lendo este livro que ele tanto amava; e, antes de começar a ler, fiz uma pequena oração. Eu era muito ignorante, o que contei ao Senhor, e contei também que não conhecia o caminho para o Céu, e lá desejava encontrar-me com James, pelo que Lhe pedi que me indicasse. 

— E Ele assim fez? 

— Fez, sim, minha senhora. Não sabia onde havia de começar a leitura da Bíblia, mas pensei que seria bom iniciar no Novo Testamento, e ler sempre seguido, até descobrir como poderia me salvar. Mas, ai! as primeiras leituras foram para mim terríveis. Quando cheguei aos capítulos cinco, seis e sete de Mateus, cada linha parecia condenar-me, e disse a mim mesmo: "Não vale a pena, Thomas, você não tem chance. Você tem sido muito mau". E fechei o livro. Mas então vieram-me de novo à memória aquelas últimas palavras de James: "Tenha a certeza de me encontrar no Céu!". E achei que era evidente que James julgara ser possível que eu fosse salvo, pois ele conhecia bem a Deus e a Bíblia, bem como conhecia a minha vida e sabia muito bem como ela tinha sido. Por isso tomei a abrir o livro, e continuei a ler mais e mais, e cada vez mais, sempre que podia dispor de alguns minutos. 

Finalmente cheguei onde se conta de dois malfeitores, um dos quais foi salvo pelo Senhor, e pensei: "Aqui está um homem quase tão mau como eu". Coloquei de lado a Bíblia, prostrei-me de joelhos e disse: "Senhor, eu sou tão mau quanto aquele malfeitor; rogo-Te que me salves, tal como salvaste a ele". A minha Bíblia tinha ficado aberta, e, quando abri os olhos, após ter proferido esta oração, deparei- me logo com estas palavras: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Aceitei-as como a resposta de Deus à minha oração. Não julgava estar prestes a morrer; tinha quase esse desejo; mas pensei que Jesus tinha dirigido essas palavras para comunicar-me que havia me perdoado. Assim, ajoelhei-me novamente, agradecendo-Lhe. Claro está que ainda ignorava muitas coisas, mas pouco a pouco vim a conhecer o caminho de salvação: como Jesus morrera em meu lugar lavando-me de todos os meus pecados no Seu precioso sangue, pois "o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o peca­do" (1 João 1.7). Agora estou ansioso para encontrar o Senhor, mas também para ver James brilhando lá no Céu. 

Agora, querido leitor, permita-me fazer-lhe a mesma pergunta que aquele marinheiro fez no princípio de sua história: VOCÊ JÁ ESTÁ SALVO, OU AINDA ESTÁ PERDIDO? CONHECE O SENHOR JESUS?

A Mão Atrofiada

(Comentário Mateus 12 - Parte 2)


Veja:


Os fariseus haviam criticado Jesus por seus discípulos terem colhido um punhado de grãos no sábado. Agora ele entra na sinagoga, o local onde os judeus se reuniam para estudar a Palavra de Deus, e encontra ali um homem com uma mão atrofiada.

No evangelho de Lucas diz que os fariseus estavam ali para descobrir alguma falta em Jesus. "É lícito curar no sábado?", perguntam a Jesus. A resposta vem na forma de outra pergunta: "Se a única ovelha de alguém caísse num buraco no sábado, acaso ele não a tiraria de lá? Ora, um ser humano vale mais que uma ovelha! Portanto é lícito fazer o bem no sábado." Em seguida Jesus diz ao homem que estenda sua mão atrofiada e ela é curada.

Os religiosos fariseus, obviamente, continuaram com suas mãos atrofiadas, incapazes de eliminar a miséria humana. Os líderes religiosos não podiam e não queriam por um fim à miséria, ao sofrimento e à incerteza porque viviam disso.

O que a religião do homem diz? Faça isso e aquilo e você será uma pessoa melhor e aí, talvez, sua bondade supere sua maldade na balança de Deus e você possa ser salvo. É preciso ser muito ingênuo para achar que a coisa funciona assim. Por melhor que você seja jamais atingirá o padrão de Deus que é perfeito. Adão e Eva foram expulsos do paraíso por causa de apenas um pecado. Com quantos pecados você acha que pode entrar na presença de Deus? Zero!

Já que religião nenhuma pode lhe conceder o status de zero pecados, os líderes religiosos continuarão impondo uma série de tarefas para você tentar cumprir, sem nunca lhe darem a certeza de ter chegado lá. E nem querem que chegue, porque temem que você abandone a congregação deles caso tenha essa certeza. A nenhum fariseu interessa que as pessoas tenham a certeza da salvação eterna.

Mas Jesus dá esta certeza. Se ele morreu na cruz em meu lugar, se o seu sangue me purifica de todos os meus pecados, e se agora Deus me vê justificado em Cristo, e Cristo tem pleno acesso ao céu, é assim mesmo que Deus me vê: com zero pecados. Que culpa um juiz poderia atribuir a alguém que já cumpriu a pena? Nenhuma.

Esse Jesus que salva completamente não interessa aos fariseus, e eles planejam matá-lo. A seguir, veremos a atuação discreta de Jesus, muito diferente do perfil reacionário e revolucionário que alguns tentam atribuir a ele.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Você Pode Ser Salvo

POR QUÊ? 
PORQUE JESUS MORREU E RESSUSCITOU. 

Somente sobre esta base, e nenhuma outra, é que você pode ser salvo. Se você deve ser salvo, então o pesado fardo de seus pecados precisa ser removido. Se o seu pesado fardo precisa ser removido, a pena pelo pecado precisa ser aplicada em alguém. Se a pena pelo pecado precisa ser aplicada em alguém, então Jesus precisava morrer, pois a pena para o pecado é a morte. Você não poderia suportá-la sem perecer miseravelmente. Assim disse o apóstolo: "Pelo Seu Nome vos são perdoados os pecados" (1 João 2.12). Não pelas obras que você possa praticar, nem pela sua moralidade, mas pelo Nome de Jesus. 

ONDE? 
EM QUALQUER LUGAR. 

A resposta não poderia ser mais simples. A misericórdia flui hoje mesmo — não por meio de alguma relíquia em alguma cidade santa, nem por meio do toque de alguma mão santificada, mas de um vitorioso e ressuscitado Cristo no Céu. Pode-se ter acesso a Ele estando em qualquer lugar. Toque nEle, ou, em outras palavras, creia nEle e você será salvo

COMO? 
PELA FÉ. 

E somente pela fé. As Escrituras são conclusivas quanto a este ponto. A salvação não é por meio das obras, e nem por fé e obras combinadas, mas somente pela fé. "Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2.9). 

QUANDO? 
AGORA! 

Esta é a única resposta sensata. Cuidado para não perder sua alma eternamente só por causa desta pequena questão: quando! "Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação" (2 Coríntios 6.2). Vá a Jesus AGORA MESMO! 

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E AGORA, se como pecador perdido, aos olhos de Deus, tiver crido de todo o coração, tiver aceitado o Senhor Jesus como tendo sofrido na cruz por todos os pecados cometidos por você, e tendo ressuscitado para sua justificação, então o Cristo na glória é Aquele em Quem você está agora firme e seguro. (Veja Efésios 1.20Romanos 5.2). Você já tem, portanto, a vida eterna. (Veja 1 João 5.13 e João 5.24). Você está nos ombros do Bom Pastor, e Ele nunca o deixará de assim conduzir, até que o tenha introduzido no Lar celestial. (Lucas 15.6.) 

Se, assim, verdadeiramente creu, você já foi feito membro do Corpo de Cristo, a Igreja verdadeira, ligado ao seu Senhor pelo Espírito Santo. (Atos 2.471 Coríntios 12.13). E agora, a caminho do Lar, Ele Se alegra em reunir os Seus em torno do Si, "fora do arraial" (Hebreus 13.13), e ao Seu nome exclusivamente (Mateus 18.20), até que volte para levar-nos todos a esse Lar, para estarmos com Ele e sermos semelhantes a Ele, por todo o sempre, na glória, para o Seu eterno louvor! 

Eu e Ele, em radiante glória, 
Iremos profundo gozo desfrutar; 
Meu gozo será estar com Ele pra sempre, 
E o dEle, de ter-me no Seu Lar.

O Sábado

(Comentário Mateus 12 - Parte 1)

Veja:


v.1-8

No capítulo 11 vimos o amoroso convite do Salvador para irmos a ele, não a uma religião. A palavra "religião" vem de "religar" ou "reconectar", considerando que o homem perdeu a conexão com Deus. Porém é Deus quem faz essa reconexão, não o homem.

Quando o homem tenta se reconectar com Deus ele parte do princípio de que é capaz de fazer isso seguindo uma lista de regras. O resultado? Suas regras acabam sendo mais para prejudicar o ser humano do que para ajudá-lo. Suas regras viram um sacrifício que joga para escanteio qualquer sentimento de misericórdia. Foi o que os judeus fizeram com o sábado, o dia que era para servir de descanso na lei dada a Moisés.

Como estavam com fome, ao atravessarem um campo de cereais os discípulos de Jesus começaram a colher espigas, esfregá-las com as mãos e comer os grãos. Nada de estranho aí. Você também come aveia, que é um grão cru esmagado ou moído.

Segundo a lei dada no Antigo Testamento aquilo não era roubo, pois era permitido que um viajante se alimentasse das plantações alheias, desde que não usasse uma foice. Deus pensava no bem-estar dos viajantes numa época quando não havia lanchonetes nas estradas. O problema para os fariseus foi os discípulos terem feito isso no sábado, e os fariseus consideraram aquilo trabalho.

As intenções de Deus são para o bem-estar do ser humano, não para o seu sofrimento. A história do cristianismo está cheia de casos de auto-flagelo, pessoas que causam sofrimentos a si mesmas, chicoteando o próprio corpo, subindo escadarias de joelhos ou até se deixando pregar numa cruz achando que seu próprio sofrimento serve para pagar por seus pecados. Mas como pagar por algo que já foi pago há 2 mil anos?

Talvez você pergunte: E o jejum? Vou dizer o que é o jejum: a abstenção de alguma coisa. Você se lembra daquela vez em que ficou tão apaixonado por alguém que até se esquecia de almoçar e jantar? É desse jejum que a Bíblia fala, de você ficar tão apaixonado por Deus que as coisas perdem sua importância.

Jesus mostra aos fariseus que Deus não quer sacrifícios, Deus quer misericórdia. Lembra a eles que Davi e seus homens, quando tiveram fome, comeram os pães que ficavam no templo, que só os sacerdotes podiam comer. É claro que se na época Davi tivesse sido respeitado como rei e não precisasse viver no exílio, não precisaria ter feito aquilo. E o que temos aqui?

O Rei de reis, o Sumo Sacerdote, aquele que é maior que o templo de Jerusalém, aquele que é Senhor do sábado, rejeitado por sua nação e, principalmente, pelos religiosos de sua época. Se Jesus tivesse sido recebido não precisariam fazer aquilo. Ao deixar de lado a misericórdia e valorizar o ritualismo, a religião acaba deixando Jesus de fora.

Mario Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2008/09/39-o-sbado.html

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ganho Pelo Amor

CERTO SOLDADO estava para comparecer perante o seu comandante. Era rebelde e muitas vezes havia sido castigado.

– Aqui está outra vez o nome dele sendo mencionado — disse o oficial, ao ler o relatório; — Já foi castigado com prisão, açoites e tudo mais.

Nisto o sargento, pedindo licença, disse:

– Há ainda uma coisa que nunca lhe foi feita, comandante.

– E o que é então? — perguntou o oficial.

– Meu senhor — disse o sargento em voz hesitante, — ele ainda nunca foi perdoado.

– Perdoado?! — exclamou o coro­nel, atônito. Depois, havendo meditado por alguns minutos, ordenou que trouxessem o réu e perguntou-lhe se tinha algo a declarar.

– Nada, meu comandante, a não ser que lamento o que fiz.

Voltando-se com ar bondoso e de compaixão para o soldado, que esperava um castigo ainda mais severo que os anteriores, o coronel dirigiu-lhe estas palavras:

– Muito bem; já experimentamos dar-lhe toda espécie de castigos, e agora estamos resolvidos a... perdoá-lo!

Pasmado, as lágrimas saltaram-lhe dos olhos, e o homem chorava como uma criancinha. Humilhado ao máximo, e agradecendo ao comandante, retirou-se. Para voltar a ser o rebelde incorrigível? Não! Tinha sido ganho pelo amor. Aquele que narrou o caso pôde observá-lo durante anos, e nunca houve militar que melhor se comportasse.

Temos aqui algo que nos dá uma pequena ideia de como Deus trata os pecadores. O homem, tantas vezes e de tantas maneiras experimentado, tem sempre falhado. Então, o que Deus deve fazer? A Misericórdia deseja responder: "Seja perdoado". Mas a Justiça diz: "Não", pois "o salário do pecado é a morte", e "sem derramamento de sangue não há remissão", ou retirada, de pecado (Romanos 6.23Hebreus 9.22). Não se pode comprometer a santidade de Deus. A morte tem que ser aplicada como castigo do pecado; embora o amor e a graça de Deus O levem a desejar a salvação do pecador, a Sua justiça — que é tão infinita como é a Sua misericórdia — não pode deixar de ser satisfeita. "Seja-vos pois notório, varões irmãos, que por ESTE se vos anuncia a remissão dos pecados. E... por Ele é justificado todo aquele que crê" (Atos 13.38-39). Quem será ESTE? É o Senhor Jesus, o bendito, santo Filho de Deus. O salário do pecado foi pago ao nosso Salvador na cruz. É esta a base do perdão que Deus nos concede. "Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8). "A benignidade de Deus te leva ao arrependimento  (Romanos 2.4). "Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Romanos 5.20). "Nós O amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro" (1 João 4.19).

Tal como sou, Tua compaixão 
Venceu toda a oposição; 
Para eu pertencer somente a Ti
 Cordeiro de Deus, eis-me aqui.

Vinde a Mim

(Comentário Mateus 11:28-30)

Veja:



Vimos Jesus dar graças ao Pai por revelar essas coisas aos pequeninos, não aos sábios. Revelar o que? Ele e todas as coisas que lhe dizem respeito. Em Apocalipse diz que o testemunho de Jesus é o espírito da profecia. No evangelho de Lucas, após sua ressurreição, ele encontra dois discípulos e mostra a eles tudo o que estava escrito no Antigo Testamento a seu respeito. Jesus é o centro de todas as coisas, é o começo, o meio e o fim.

Por isso agora ele diz: "Vinde a mim". Isso mesmo, ele nos convida para irmos a ele, não a uma religião ou organização. Quem vai a Jesus recebe o perdão de seus pecados e a salvação. Quem vai a uma religião não pode receber coisa alguma, porque Deus não deu ao homem uma religião como meio de salvação. Ele deu o seu próprio Filho.

O convite de Jesus é para os que estão cansados e sobrecarregados. Portanto se você acha sua vida ótima; se você não sente qualquer culpa por seus pecados; se não se dá conta de que a morte é um fato do qual não pode escapar, o convite não é para você. O convite é para os cansados e sobrecarregados. Afinal, como você vai se interessar pelo Salvador se ainda nem se achou perdido?

Ele continua convidando você a tomar o jugo dele e a aprender dele. O que quer dizer isso? Submissão à sua vontade para controlar sua vida e o reconhecimento de que precisamos aprender dele, que é manso e humilde de coração. Tudo isso está em claro contraste com os fariseus e sua religião de ameaças e soberba. O verdadeiro Mestre é manso e humilde.

O jugo de Jesus é suave, o fardo de Jesus é leve, ao contrário do jugo e do fardo que a religião coloca sobre as pessoas. Faça isso, faça aquilo, faça aquilo outro e, talvez, quem sabe, você consiga chegar lá. A religião faz você acreditar que é por seu esforço que consegue a salvação. Jesus mostra que o esforço é só dele.

Ele não oferece uma vida boa e livre de preocupações, porque não existe tal coisa enquanto você estiver em um mundo arruinado pelo pecado. Mas ele oferece perdão, salvação e descanso para sua alma. O pior fardo ele já carregou na cruz, quando substituiu você na condenação por causa dos seus pecados. O que precisava ser feito ele já fez. A você resta apenas uma coisa: aceitar o convite. Que tal fazer isso agora?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Avarento de Marselha

A CIDADE DE MARSELHA e seus arredores, situada no sul da França, tornou-se notável pelos seus encantadores jardins; porém não fora sempre assim. Antes era uma região árida. Não existem fontes de água na localidade, vindo o abastecimento para a cidade do rio Durante, que dista uns cento e sessenta quilômetros, por meio de um canal construído no período de 1837 a 1848. 

Muito antes disso, vivia na cidade um homem de sobre­nome Guizon. Andava sempre muito ocupado, trabalhava intensamente e, tanto por suas atividades, como pelo fato de não gastar, parecia ter somente o objetivo de juntar dinheiro. O seu vestuário apresentava sinais de longo uso. A sua alimentação era da mais simples e barata. Vivia só, privando-se de todos os luxos e até mesmo dos confortos mais vulgares da vida. Em Marselha era conhecido como avarento, embora fosse sério em todos os negócios e cumpridor de seus deveres. Ao avistar na rua a sua figura tão pobremente vestida, os rapazes gritavam: "Lá vai o velho sovina!" Mas Guizon seguia sempre o seu caminho, sem fazer caso dos insultos que lhe eram dirigidos, e quando alguém lhe falava, respondia sempre com delicadeza e bom humor.

Dia após dia, ano após ano, quando este pobre homem, que não tinha amigos, passava a caminho do trabalho, ou de regresso, era-lhe dirigida semelhante zombaria. Com o passar dos anos, passou a andar trôpego e amparado por uma ben­gala; as costas ficaram bastante encurvadas, devido ao inces­sante esforço, e os cabelos, brancos como a neve. Foi assim que, com mais de oitenta anos de idade, faleceu Guizon. 


Depois de sua morte descobriram que ele havia juntado, em ouro e prata, uma imensa fortuna. Entre outros documen­tos, foi encontrado o seu testamento, no qual havia o seguinte parágrafo: "Eu, quando ainda era pobre, reparei que o povo de Marselha sofre muito pela falta de boa água; pelo que, como não tenho família, dediquei a minha vida a acumular dinheiro necessário à construção de um canal destinado a abastecer os pobres da cidade de Marselha com água potável  de maneira que os mais necessitados possam tê-la com abundância". Sem amigos, desprezado e solitário, vivera e morrera, com o fim de dar cumprimento a este tão nobre propósito em benefício dos que tão mal o souberam compreender, e o maltratavam. 

Houve outro Homem, num país do Oriente Médio, que foi mal compreendido, desprezado e rejeitado pelos homens. A Sua vida também foi de pobreza voluntária, a ponto de nem sequer ter onde reclinar a cabeça. "Sendo rico, por amor de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis" (2 Coríntios 8.9). Porém, de tal maneira odiavam aquele Homem, tão manso e humilde, que até clamavam com insistência para que fosse morto. "Crucifíca-O, crucifica-O!" Sustando voluntariamente o Seu poder, submeteu-Se à vontade deles, e mãos ímpias O entregaram à morte, crucificando-O. Vendo-O cravado sobre a cruz, escarneceram e riram-se dEle, arreganhando os beiços e meneando as cabeças ao contemplá-Lo (Salmo 22.7,13,14). "Por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação" (Romanos 4.25). 

O testamento de Guizon proveu o que era necessário ao abastecimento de água potável para todos os pobres de Marselha; mas, o Senhor Jesus Cristo, pela Sua morte e ressurreição, proveu para todo homem, mulher e criança da raça de Adão, que se achegar a Ele e beber, um manancial de água da vida, a qual satisfaz, e que nunca se esgotará no decorrer do tempo, nem na eternidade. 

Da Sua graça o rio, que em justiça Deus proveu, 
Corre pelo árido lugar onde Jesus morreu. 

Não se pode comparar a abnegação de um Guizon com o custo infinito do sacrifício do Senhor Jesus para pagar o preço. A água da vida está hoje fluindo, e podemos beber livremente dela, "sem dinheiro e sem preço". "Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas" (Isaías 55.1). "Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba" (João 7.37).

"Quem crê em Mim nunca terá sede" (João 6.35). "E quem tem sede, ve­nha; e quem quiser tome de graça da água da vida" (Apocalipse 22.17).

Os Pequeninos

(Comentário Mateus 11:25-27)

Veja:


Vimos por que a sabedoria é justificada por seus filhos. Outras versões trazem "a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham". Se as obras de alguém que crê em Jesus forem obras de Deus, elas irão glorificar a Deus, não ao homem.

Jesus dá graças ao Pai por revelar essas coisas aos pequeninos e não aos sábios e entendidos. Paulo fala disso em 1 Coríntios, quando diz que Deus escolheu as pessoas fracas, loucas e insignificantes para confundir as poderosas, sábias e importantes. Por que? Para quem ninguém possa se gabar diante de Deus.

Oras, se eu entender as coisas de Deus graças à minha capacidade intelectual, então posso me gloriar de ter conseguido isso com meus esforços. Mas se entender apenas por revelação divina, de quê vou me gloriar?

Assim como a salvação é de graça e independe de meus esforços, o entendimento da Palavra de Deus segue a mesma regra. Se você se considera incapaz de entender as coisas de Deus, está no caminho certo. É para gente assim que ele revela a sua Palavra.

Jesus diz que ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece plenamente o Pai a não ser aquele a quem o Filho quiser revelar. Portanto é também impossível conhecer a Deus de moto próprio. Deus é tão grande que só ele pode entender a si mesmo. Mas Jesus pode revelar o Pai a quem ele quiser.

"Aquele que conhece o Filho, conhece o Pai", foi o que Jesus disse no evangelho de João 14:7: "Se vocês me conhecessem, também conheceriam meu Pai". Porém, se diz que só o Filho conhece o Pai e este pode ser revelado a quem o Filho quiser, diz também que só o Pai conhece o Filho, mas nada diz do Pai revelar o Filho.

Há coisas que jamais iremos compreender, e a encarnação é uma delas: como Deus, imenso como é, poderia se tornar homem? Não há explicação que caiba em nossa cabeça. Quando andou aqui Jesus deu breves lampejos da divindade escondida naquele corpo frágil, ao falar como Deus, e não como um homem comum.

"Antes que Abraão fosse, eu sou", disse ele uma vez. "Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos", disse ele na primeira pessoa em outra ocasião. Ele já existia bem antes de nascer aqui.

É desse Jesus que estou falando. Tão sublime, tão elevado, tão magnífico, e mesmo assim tão acessível a ponto de dizer: "Vinde a mim".

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